quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Nos Bastidores


Povos Vazios
Gentes frias
Sem sentido de vida
A sonhar sonhos vagos
Rasos:
Casa grande
Sucesso sem fim
Fama
Carro importado
Ouro no corpo
Mordaça no pescoço
A prender
Fazendo doer
A alma gemer
Sangrar
A torturar
As mentes
A explorar
Corpos
Arrancando
A vida
O sentido
Esquadrinhando a alegria
Fria
Escura
Forjada pelo
Monstro sistema
Que engana
Ilude e fascina
Fere
Escraviza
Emudece
A voz forte de um povo
Sofrido
Vivido
Amargurado
Poderoso para mudar,
Sem saber,
O destino
A rota de quem domina
E deleita
E ajeita o jeito certo
De forma errada
Para anular
O verdadeiro
Sentindo de viver
Em sociedade


Juliana Duarte, 22/10/2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Vazio



Roubaram!
Roubaram!
Roubaram meu coração!
Já não posso mais encontrá-lo.
Onde estás?
Onde te escondes?
Por que fugistes sorrateiramente de
Dentro de mim
E te abrigaste em mãos alheias
Como se não fosse mais meu
E sim de outrem?
Ah, estulto coração, por que não aprendes?
Já não sabes tu que cedo ou tarde
Voltarás a mim quebrantado
E ferido?
Por que te aventuras numa empreitada
Tão perigosa e sagaz que é amar?
Que é ser de um só alguém?
Juliana Duarte, 22/09/2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008


Cresce em meu coração um assombroso
Desespero.
Não há ninguém que me estenda a mão,
Não há ninguém que me entenda.
O que sinto não há palavras que possa
Expressar.
Olho para os lados,
Quem poderei contar?
Estou só, perdida num mundo
Desconhecido,
Perdida no mundo que sou.
Sem direção,
Sem saber o que fazer.
Pronta pra lutar e desistir há qualquer
Instante.
De súbito me vem esperança de um
Sol que nascerá
Mas a escuridão da madrugada é o
Que tenho de real,
Que me encobre e leva para longe a
Ancora da minha alma
Deixando-me incrédula do dia que
Em breve nascerá.

Juliana Duarte, 12/06/2008

Um Dia sem Inspiração


Lápis, papel, borracha,
Mente vazia, rabiscos sem fim.
Palavras que fogem,
Frases que escorregam mente a fora.
Gritos mudos de crianças vazias.
Madrugada suspeita de um crime não cometido.
Som de um coração acelerado de um estômago
Vazio a correr
Gemidos de prazer, tiros, pancadas,
Fogo, fumaça, mendigo, sangue, sirene,
Bastões, buzinas, impaciência.
Nike no pé, dinheiro no bolso, duas décadas.
De existência
Morte, diversão, alucinações.
Polícia, testemunhas, lágrimas, a vítima,
Impunidade,
Papel em branco.


Juliana Duarte, 11/06/2008